LAURO DE FREITASPOLÊMICA

A CDL de Lauro de Freitas e a falta de compromisso com o título de “Utilidade Pública”

A Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Lauro de Freitas, uma instituição que deveria atuar em defesa dos interesses do setor comercial e empresarial do município, está envolta em uma crise preocupante. O que era para ser um suporte aos lojistas e empreendedores locais tornou-se, para muitos, uma entidade que cobra mensalidades sem oferecer qualquer retorno efetivo para seus associados.

No site “Reclame Aqui” um associado publicou uma acusação à gestão da época (que permanece a mesma até hoje) de ter cancelado contratos de maneira unilateral, segundo o denunciante  “para forçar as empresas contratarem valor 6 vezes mais caro. (ver foto)” Mais alarmante ainda são os relatos de colaboradores e estagiários que afirmam não ter recebido seus salários ou acertos trabalhistas.

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A situação da CDL de Lauro de Freitas pode ser um reflexo da gestão que se perpetua no comando há mais de seis anos. Há alguns anos, a mesma presidência assumiu o comando da ACELF (Associação Comercial de Lauro de Freitas), consolidando um “monopólio” sobre a “representação comercial local”. Mas a questão é: a quem essas instituições realmente servem? Ao empresariado local ou apenas aos interesses de um grupo?

Após a reportagem que publicamos: “A CDL de Lauro de Freitas aplica calote em empresário e tem seu CNPJ protestado em cartório local”, recebemos contato de ex-colaboradores da CDL denunciando atrasos de até cinco meses em seus salários, falta de depósito do FGTS e a interrupção de seus contratos sem o devido acerto financeiro. Estagiários também foram impactados, relatando que ficaram sem receber e, por isso, precisaram abandonar suas funções. Se a própria instituição que deveria representar e fortalecer o setor comercial não consegue cumprir com seus deveres mais básicos, que moral tem para cobrar dos seus associados contribuições mensais e “vender a ideia de representação empresarial”?

Outro ponto que merece atenção é a falta de um processo eleitoral transparente dentro da CDL e da ACELF de Lauro de Freitas. Quando foi a última vez que uma nova diretoria foi eleita? Onde estão os editais, as chamadas para inscrição de chapas, as assembleias gerais? Uma vez que ambas as instituições gozam do título de “Utilidade Pública” deveriam fazer por merecê-lo a final “utilidade pública é a qualidade atribuída a bens e serviços que têm como finalidade satisfazer necessidades coletivas“.

A função de uma CDL não é apenas arrecadar dinheiro dos comerciantes, mas criar condições reais para o crescimento do setor, garantir representatividade política e econômica e agir com transparência e responsabilidade. Mas, no atual cenário, parece que esses princípios foram deixados de lado em prol de interesses particulares.

A comunidade empresarial de Lauro de Freitas e o próprio poder público precisa questionar. Este último porque divide responsabilidades com as instituições e portanto deve “fiscalizar” seus atos irresponsáveis. E aqueles devem ser os mais interessados, por uma questão obvia!

É necessário exigir transparência, questionar as instituições e demandar um processo eleitoral democrático. O comércio local merece uma representação digna, eficiente e comprometida com seus verdadeiros interesses, não um grupo fechado que apenas se perpetua no poder.

Deixe nos comentários a sua opinião sobre a atuação dessas entidades no município de Lauro de Freitas.

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