COP 30 no Pará: Licitações Fraudulentas, Desvios Milionários e Inquérito no STF
Belém, PA – Enquanto o Pará se prepara para sediar a COP 30 em 2025, um esquema de desvio de verbas públicas, fraudes em licitações e movimentações suspeitas de milhões em espécie ameaça manchar o evento internacional. As investigações, que já chegaram ao Supremo Tribunal Federal (STF), envolvem o deputado estadual Antônio Doido, sua esposa, um policial militar e um secretário de obras do governo do Pará.
O Esquema: PM, Construtoras Fantasmas e Licitações da COP
De acordo com o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), o policial militar Galiardo – que atuava como segurança do deputado – movimentou R$ 48,8 milhões em espécie entre 2023 e 2024. O dinheiro saiu das contas de duas construtoras: uma pertencente à esposa de Antônio Doido, Andrea, e outra a um funcionário da fazenda do próprio parlamentar.
As empresas, que até então tinham pouca expressão no mercado, venceram juntas licitações de quase R$ 300 milhões no governo do Pará, incluindo contratos ligados às obras de infraestrutura para a COP 30.
Mensagens Comprometedoras e o Papel do Secretário de Obras
As investigações revelaram conversas no celular de Galiardo com o secretário de obras do estado, Rui Cabral, no mesmo dia em que as licitações foram adjudicadas. Nas mensagens, há indícios de que um saque de R$ 6 milhões em espécie teria sido realizado logo após a vitória das empresas no certame.
A Procuradoria-Geral da República (PGR) entrou com um pedido no STF para a abertura de um inquérito contra o deputado, sua esposa, o PM e o secretário, sob suspeita de integrarem uma organização criminosa especializada em fraudar licitações, desviar recursos públicos e cometer crimes eleitorais.
As Defesas e o Cancelamento das Licitações
Questionado, o governo do Pará afirmou que cancelou as licitações em dezembro de 2024, após denúncias públicas e a prisão do PM. A gestão estadual também negou que o secretário Rui Cabral tenha recebido valores ou mantido relações pessoais com Galiardo.
Já a defesa do deputado Antônio Doido classificou as acusações como “infundadas e politicamente motivadas”. A assessoria do parlamentar foi contatada pela nossa equipe, mas não se manifestou até o fechamento desta matéria.
O Caso Agora Está com o STF
O processo está sob relatoria do ministro Flávio Dino e segue em investigação. Enquanto isso, a COP 30, que deveria ser um marco de sustentabilidade e transparência, agora também é alvo de questionamentos sobre o uso de recursos públicos no Pará.
FIQUE ATENTO:
- R$ 48,8 milhões em saques suspeitos.
- Licitações de R$ 300 milhões canceladas.
- STF investiga possível organização criminosa.
A Agora Metropole acompanha o caso e traz novas informações em breve.