O dia a dia dos brasileiros em Gaza: “As noites são terríveis”
Um total de 34 brasileiros completou três semanas de espera para poder sair da Faixa de Gaza, nas cidades de Khan Younes e Rafah. O objetivo é cruzar a fronteira com o Egito, seguir para o Cairo e, de lá, partir para o Brasil, num avião da Força Aérea Brasileira (FAB).
O embaixador brasileiro na Palestina, Alessandro Candeas, chefe do Escritório de Representação em Ramalah, descreveu à coluna os esforços para diminuir o sofrimento do grupo. “Enquanto aguardamos, e a espera é demasiadamente longa e preocupante, estamos lutando para que os brasileiros não sejam afetados pela catástrofe humanitária que assola Gaza”, afirmou.
Brasileiros fazem fogão improvisado na Faixa de Gaza antes de serem resgatados Divulgação Escritório de Representação em Ramalah/Divulgação

Fogão improvisado por brasileiros em Gaza Divulgação Escritório de Representação em Ramalah/Divulgação
Dezoito crianças, 10 mulheres e seis homens estão espalhados em casas alugadas — os brasileiros não estão em abrigos. São protegidos por meio de informações de localização compartilhadas com Israel. Candeas consegue enviar recursos para que comprem alimentos, água, gás e remédios no precário mercado local, ou seja, ainda não houve desabastecimento. Muitos cozinham em fogo de brasa.
“É difícil encontrar água e gás. A comida também está acabando no país. Ontem à noite foi terrível, a gente não conseguiu dormir. Todas as noites são terríveis. A gente não consegue dormir. Não conseguimos ficar calmos com tantos bombardeios que eles (israelenses) jogam em tantos lugares”, disse a brasileira Shahed al-Banna, de 18 anos, em vídeo enviado.
Situação psicológica dos brasileiros
A situação psicológica é, claro, muito ruim, mas todos têm a oferta de psicóloga e médico a distância.
“Infelizmente, as perspectivas são de rápida degradação das condições de vida e segurança. Os brasileiros têm que ser autorizados a sair o mais rápido possível pelas partes envolvidas, para retornarem a salvo ao Brasil”, defendeu Candeas.
Lula já falou diretamente com seus homólogos de Israel e Egito para tentar liberar os brasileiros, mas ainda não houve definição. Até hoje, a ONU não conseguiu abrir um pleno corredor humanitário na região. Centenas de estrangeiros estão na mesma situação dos brasileiros.
Fonte: metropoles.com